segunda-feira, 9 de maio de 2016

SYRAH E SEUS SEGREDOS.

A GRANDE PÉROLA SYRAH.

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A Syrah é considerada uma das mais antigas variedades de uvas que existem, talvez a mais antiga, sua origem mitológica data da antiguidade. Apesar de ter ganhado força no sul da França, atualmente, ela está presente em diversas vinícolas ao redor do mundo, do Chile aos Estados Unidos, passando pela África do Sul e Austrália, onde ela é a principal casta plantada, e produz alguns dos vinhos mais conhecidos, apreciados e premiados de todos os tempos.

Origem

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Região do ‘Vallé du Rhône’, onde surgiu e se consagrou a uva Syrah.
Existem algumas lendas e alguns fatos concretos envolvendo a origem desta casta tão conhecida mundo afora. São três as possíveis origens desta tinta intensa: alguns acreditam que ela veio da Sicília, região sul da Itália, mais especificamente da cidade de Siracusa; outros reproduzem a lenda de que ela veio da cidade de Shiraz, território do antigo império persa, hoje Irã, e teria chegado à França através de cavaleiros das cruzadas; a versão melhor documentada e mais plausível diz que a Syrah é uma uva genuinamente francesa, “descendente” de variedades de uvas francesas (estudos científicos de tipagem de DNA demonstraram ser esta a explicação mais provável para sua origem, a Syrah é “filha” das castas Dureza (tinta) e Mondeuse (branca)).

O certo é que a Syrah encontrou no sul da França, na região do Vale do Rhône (Ródano), condições ideais para crescer, se desenvolver e se tornar uma das principais castas da viticultura internacional, nos anos 2000 ela se tornou uma das dez principais uvas cultivadas por hectare no mundo. Ganhou personalidade na cultura de vinhos no Velho Mundo e alastrou-se pelas cidades francesas que estão à beira do imponente rio que leva o nome do Vale.

A Syrah recebe o nome de Shiraz na Austrália – onde possui plantação desde o século XIX – assim como nos Estados Unidos, na Africa do Sul e por vezes no Chile e na Argentina.

Características

A Syrah é uma uva tinta de vermelho exuberante e intenso, denotando bons taninos. Seus vinhos são sempre profundos e escuros em demasia. Sua qualidade pode ser comprometida se cultivada em volumes muito altos por hectare. Mas, acima de tudo, é uma casta magnifica e equilibrada, tem maturação tardia, envelhece até por meio século, cresce e se adapta em inúmeras áreas do globo, especialmente nas quentes, altamente resistente a pragas e de ótimo rendimento na vinicultura.
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O aroma e sabor da Syrah variam de acordo com a região onde é cultivada, mas é sempre uma casta equilibrada, com vinhos profundos.
Seu aroma e sabor variam de acordo com a região onde é cultivada: na França, o toque de especiarias e o sabor picante se sobressaem; já na Austrália, aromas e sabores de frutas maduras escuras, como ameixa, cereja e amora são marcantes. A quantidade de acidez e doçura na Syrah também depende da região em que é cultivada: no chamado Novo Mundo, países como Estados Unidos e a já citada Austrália, onde há muito mais a presença do sol, as uvas ficam com maior nível de açúcar e menor de acidez.


Os vinhos Syrah

Como ela se espalhou por diversos países, os vinhos que esta uva produz são diversificados e possuem características próprias de cada região. Mas todos são notáveis e distintos, complexos e equilibrados na medida certa, com qualidades indubitáveis e sabor vivaz, são estruturados e possuem taninos com maciez que fazem o prazer de degustadores do mundo todo.
Ao norte do Vale do Rhône, na França, a Syrah produz vinhos mais concentrados, seus sabores são mais acentuados, e sua estrutura mais elaborada. Os melhores e mais conhecidos são os Hermitage e Côte Rôtie. Ao sul, e em outras cidades francesas, esta tinta quase nunca é a uva principal, ela mistura com outras castas, especialmente a Grenache, na produção de vinhos elegantes.
A caixa de vinho mais cara da história tinha doze garrafas de um vinho produzido com Syrah: o Hermitage La Chapelle, considerado um dos grandes vinhos de todos os tempos pela revista norte-americana Wine Spectator.
No Novo Mundo, na Austrália e Estados Unidos, notadamente, são produzido vinhos densos, extremamente frutados e maduros, e com menos taninos se comparado aos vinhos europeus da mesma casta. Um dos mais conhecidos e apreciados é o australiano Penfolds Grange. Outros países que merecem destaque na produção, são África do Sul, Chile e Argentina.
Na África do Sul, pode-se encontrar Syrah em quase todas as regiões, sendo eles intensos de cor e sabor. Na Argentina, especialmente em Mendoza e no Vale de Uco, a uva vem evoluindo bastante: se antes a variedade era apenas encontrada em cortes, hoje vemos muitos vinhos 100% Syrah. Nesse quesito, o Chile se antecipou aos Argentinos. O país produz, além de muitos varietais a preços acessíveis, Syrah de altíssima qualidade – Colchagua e Aconcágua são os maiores destaques.
De uma maneira geral, a Syrah é uma uva de bastante intensidade, seus vinhos podem ir de robustos a suaves, de exóticos a simples, bastante envelhecidos a jovens, mas todos com sabores emblemáticos e opulentos. Além de harmonizarem bem com pratos ricos em sabores como assados de cordeiro, carne bovina, aves e queijos amarelos.






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